26 dezembro 2009

O apanhador de desperdícios




Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água, pedra, sapo.
Entendo bem o sotaque das águas.
Dou respeito às coisas desimportantes e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim esse atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos,
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor meus silêncios.
Manoel de Barros.

É valorizado neste poema, coisas consideradas de pouca importância. Acho que eu também sou uma apanhadora de despedícios.
Beijujus!

23 dezembro 2009

Feliz Natal!




Beijujus!!!

07 dezembro 2009

"Me atirava do alto na certeza que alguém segurava as minhas mãos
não me deixando cair
era lindo mas eu morria de medo,
tinha medo de tudo quase
cinema, parque de diversão, de circo,
ciganos, aquela gente encantada que chegava e seguia
era disso que eu tinha medo
do que não ficava para sempre"

Ainda não sei de quem é esse poema. Mas hei de descobrir!
Beijujus até sempre!